Operação Remota e Cibersegurança: Os Novos Desafios da Automação nas Usinas de Energia

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Operação Remota e Cibersegurança: Os Novos Desafios da Automação nas Usinas de Energia

A automação tem transformado a gestão das usinas de energia, impulsionando a eficiência e a produtividade. Uma das maiores inovações é a ascensão dos Centros de Operação Remota (CORs), que permitem gerenciar múltiplas usinas — sejam hidrelétricas, eólicas ou solares — a partir de um único local. Contudo, essa conveniência traz consigo um desafio crítico e muitas vezes subestimado: a Cibersegurança.

1. O Fim das Salas de Controle Locais: A Ascensão dos CORs

Antes, cada usina operava de forma relativamente autônoma, com salas de controle locais e equipes dedicadas. Hoje, a realidade é outra:

  • Eficiência Operacional: Um COR centraliza o monitoramento e controle de dezenas, ou até centenas, de ativos espalhados por vastas áreas geográficas. Isso otimiza o uso de pessoal especializado e reduz custos operacionais.
  • Tomada de Decisão Unificada: Os operadores têm uma visão holística da produção, da demanda e das condições do sistema elétrico, permitindo decisões mais rápidas e coordenadas.
  • Disponibilidade Aprimorada: A capacidade de diagnosticar e muitas vezes resolver problemas remotamente minimiza o tempo de inatividade das usinas.

A mudança é inegável, e os CORs são um pilar da modernidade no setor elétrico. Mas toda essa interconectividade abre novas portas para ameaças.

2. O Novo Risco: Cibersegurança em Ambientes Industriais (OT)

Diferente dos sistemas de TI (Tecnologia da Informação) que protegem dados corporativos, os sistemas de OT (Tecnologia Operacional) controlam processos físicos: abrir uma comporta, girar uma turbina, regular a voltagem de um painel solar. Um ataque cibernético a esses sistemas não rouba apenas dados; ele pode:

  • Causar Interrupções na Geração: Desligar usinas inteiras, resultando em blecautes generalizados.
  • Gerar Danos Físicos: Manipular equipamentos de forma a causar superaquecimento, explosões ou falhas mecânicas severas.
  • Comprometer a Segurança Pública: Em usinas hidrelétricas, por exemplo, o controle indevido de comportas pode gerar riscos para comunidades a jusante.

O desafio é que muitos desses sistemas de OT foram projetados para serem robustos e duradouros, não para serem conectados à internet, tornando-os alvos vulneráveis.

3. Fortificando a Geração: Tecnologias de Proteção Essenciais

A boa notícia é que a indústria está desenvolvendo defesas robustas para este novo cenário:

  • Segmentação de Rede (Zone & Conduit): Isolar a rede OT da rede de TI e segmentar criticamente os sistemas dentro da própria OT, criando barreiras que impedem a propagação de ataques.
  • Firewalls Industriais e IDS/IPS: Firewalls específicos para ambientes industriais e sistemas de detecção e prevenção de intrusões monitoram o tráfego em busca de atividades anômalas.
  • Monitoramento de Anomalias com IA: Soluções de Inteligência Artificial aprendem o comportamento normal dos sistemas de OT e podem alertar sobre desvios mínimos que indicam uma intrusão, muitas vezes antes que ela cause danos.
  • Autenticação Multifator (MFA) e Controles de Acesso Rigorosos: Garantir que apenas pessoal autorizado possa acessar os sistemas críticos, mesmo remotamente.
  • Resiliência e Recuperação de Desastres: Planos robustos de backup e recuperação que garantam a rápida restauração das operações após um incidente cibernético.

O Futuro do Setor: Inovação com Responsabilidade

A automação e a operação remota são inquestionavelmente o futuro da gestão de usinas de energia. Elas trazem eficiência, agilidade e sustentabilidade. No entanto, é imperativo que essa evolução venha acompanhada de um compromisso igualmente robusto com a cibersegurança. Proteger nossa infraestrutura energética é proteger o futuro do nosso desenvolvimento.

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